Hermes, que foi presidente do sindicato, aborda um tema delicado: a dificuldade de controlar a ação das empresas madeireiras, que executam os planos de manejo florestal apresentados pelas comunidades e aprovados pelo IBAMA.

Tenho uma angústia com o documento da terra. Foi uma grande luta. A madeireira só faz plano de manejo onde a terra está regularizada, onde tem documento. Aqui, foram os meninos da comunidade que vigiavam: eles entravam no mato para fiscalizar. Mas, algumas comunidades não souberam gerenciar direito os planos de manejo das madeireiras. As madeireiras entravam para o mato e ninguém foi fazer o acompanhamento. Então, nós sofremos para regularizar, aí, vem a madeireira e devasta. Tem área no Ipixuna, onde, dizem, ficou só a capoeira.”

Hernandes complementa o relato:

A gente foi para cima mesmo. Com a orientação de algumas pessoas, nós pedimos máquinas de baixo impacto. A empresa que ia fazer o manejo era a RADEX (hoje, se chama Benevides). Veio outra máquina, de outra empresa, que só tem máquina pesada. Mandamos de volta e tiveram que vir com as máquinas que a gente indicou.”

Pedro Tapurú, que foi do STR e hoje é fiscal do ICMBio, nos acompanhou durante toda a visita a Axiquara. Ele reforça:

Nas áreas de extração legal, pode ter mais estrago do que nas de extração ilegal. Às vezes, a área fica quase num ponto irreversível para a recuperação.”